Voar em uma vassoura ou encontrar um chapéu que fala não são coisas possíveis de se ver ou fazer no mundo real, mas pode-se vivenciar essa experiência quando se desfruta de uma obra fantástica. Esse gênero fictício se caracteriza, de acordo com Todorov (2019, p. 31), pela incerteza apresentada por um indivíduo que está sempre cercado pelas leis naturais ao presenciar um acontecimento sobrenatural. Para que se defina o fantástico, o indivíduo não pode fazer uma escolha entre o natural e o sobrenatural: ele deve permear pelos dois universos, pois, por meio dessa incerteza e intercalação de ambos os mundos, o fantástico se faz possível. Sendo assim, para Todorov (2019, p. 30): Num mundo que é exatamente como o nosso, aquele que conhecemos, sem diabos, sílfides e nem vampiros, produz-se um acontecimento que não pode ser explicado pelas leis deste mesmo mundo familiar [...] O fantástico é a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis naturais, face a um acontecimen...
Os incríveis, há 14 anos, uma época em que filmes de super heróis não atraiam
tanta atenção do grande publico, a animação da Pixar era lançada. O que defini a
continuação de os incríveis pra mim é coragem, fazer uma continuação 14 anos
depois de um filme que fez tanto sucesso quanto os incríveis é algo arriscado,
ainda mais sendo uma animação. Uma continuação que agradasse aos fãs mais
velhos, que viram, assim como eu, ao primeiro filme nos cinemas e ao mesmo tempo
conquistasse a nova geração não era tarefa fácil. Para tal missão eles tomaram
uma atitude arriscada e que funciona muito bem, entregam uma animação que trata
de temas complexos, criticas politicas, a entrada da mulher no mercado de
trabalho, e o papel do pai na criação dos filhos, como a Pixar já havia feito em
outras animações, só que desta vez de forma mais direta, mas ainda é um filme
que agrada o publico infantil, a classificação do filme para pessoas a partir de
10 anos, repare nesta idade 10 anos, não classificação livre, isso deixa bem
claro que o estúdio quis sim agradar o publico mais velho e ainda assim não se
esqueceu de seu publico alvo tradicional, apesar de que eles não vão entender
boa parte das piadas do filme. Outro ponto alto do filme é a evolução dos
personagens, no primeiro filme eles eram heróis e pronto, tinham alguns
conflitos familiares, o vilão surgiu por conta dos atos do Beto no passado, mas
os problemas deles se passavam basicamente em eles terem poderes e a maior parte
da população não, já neste novo filme os problemas deles vão muito, além disso,
cuidado com possíveis spoiler, Beto tem ciúmes da Helena por ela poder ser a
heroína enquanto ele cuida dos filhos, coisa que por conta do ego ele se nega a
principio a pedir ajuda, Violeta tendo crises de adolescente, bem mais intensas
neste filme, estes são apenas alguns exemplos. Uma coisa que não poderia deixar
de comentar é no cuidado que se teve com a estética do filme, apesar dos
gráficos estarem muito, mas anos luz de distancia, melhores que os do primeiro
filme, os traços dos personagens permanecem extremamente fieis, os cenários
mantem aquela estética minimalista, com exceção as sequencias de ação que
acontecem na cidade. Confesso que vendo os incríveis no cinema me senti com 11
anos novamente, estava com medo de me decepcionar e acabei sendo surpreendida.
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